Depois de quase 2 anos duma pandemia que transformou o nosso Mundo e que pôs em causa o nosso estilo de vida, entrámos em 2022 com uma nova tragédia: a Guerra!
A 24 de Fevereiro de 2022, a Rússia decidiu invadir a Ucrânia. À data deste artigo, a Guerra dura há 7 dias e é difícil prever o que irá acontecer de seguida.
Mas algumas certezas esta Guerra já trouxe ao campo da geopolítica mundial. Senão, vejamos.
1º O Mundo está a unir-se de forma generalizada numa série de críticas e sanções à Rússia como forma de a fazer recuar sem que outros países entrem em confronto militar direto com a Rússia. É raríssimo conseguir-se um apoio generalizado desta forma a uma causa, qualquer causa, como temos visto, por exemplo, pelas dificuldades envolvidas em chegar a acordo quanto às alterações climáticas.
2º Ao contrário do que aconteceu durante décadas, em que os arsenais dos países “nucleares” têm sido usados como elementos defensivos dissuasores, a Rússia está, pela 1ª vez na História, a usar a ameaça das armas nucleares como escudo de proteção para a ofensiva militar que está a levar a cabo contra a Ucrânia. Ora, esta é uma mudança de paradigma extremamente importante e preocupante, não só para a NATO mas para todo o Mundo porque significa que, a partir de agora, qualquer país com poder nuclear pode colocar todos os outros com o dilema de aceitarem as suas ofensivas militares ou arriscarem a destruição total (destruição essa mutuamente garantida, como é óbvio).
3º Por fim, temos visto que, quando se está do lado certo da justiça e da História, nos superamos e motivamos os outros a superarem-se. Vemos isso na liderança heróica do Presidente Ucraniano Volodymyr Zelenskyy, na sua eficaz estratégia defensiva, na sua brilhante estratégia de comunicação mas, acima de tudo, na sua liderança humana, ao liderar pelo exemplo, ao se manter numa cidade de Kyiv (ou Kiev) sob fogo cerrado, ao recusar ceder à agressão russa, ao levar os militares e também os civis a combaterem ao seu lado e a ser “promovido” a líder político de classe mundial pela forma como está a conseguir mobilizar os apoios internacionais para uma causa que parecia perdida à partida.
Neste momento, tudo ainda pode acontecer. A Rússia pode ceder ao impacto das sanções e dar um passo atrás, ou pode acelerar a ofensiva e destruir a capital ucraniana com artilharia pesada e bombardeamentos. O Presidente Russo Vladimir Putin pode ser traído pela sua própria cúpula de poder, ou pode levar a sua frustração ao limite e avançar com um ataque nuclear a qualquer país que se atreva a interferir.
E, a par deste xadrez político, assistimos a uma crise humanitária de dimensões imensas. Começando pelos mortos em solo ucraniano, passando pelo já quase 1 milhão de refugiados em fuga do país, e sem esquecer também o sofrimento que vai começar a ser infligido sobre o povo russo, também ele refém e vítima do regime opressivo de Putin.
E, se se chegar à loucura da Guerra Nuclear, nem valerá a pena acabar de escrever este artigo pois a vida tal como a conhecemos terá terminado. Pela salvação da Europa e do Mundo, a nossa esperança depende da resistência da Ucrânia!
Слава Україні (Glória à Ucrânia)